S. Torpes e S. Tropez…
Mais a Sul, S. Torpes é a primeira praia que se nos depara
após o complexo industrial de Sines marcando igualmente o início do Parque
Natural do Sudoeste Alentejano e a Costa Vicentina. Este extenso areal,
encontrou o seu baptismo no destino da cabeça de um oficial romano morto por
Nero, chamado Torpes, que por aqui, há muito, muito tempo terá dado à costa. O
resto do corpo aportou em Saint Tropez (estância balnear no Sul de França), bem
longe daqui, mas para sempre próxima. Pelo nome e pela histórica rocambolesca.
Porventura para o livrarem do peso do castigo e do nome colocaram-lhe, tanto
aqui, como em França, o São, para assim repousar, em eterno descanso.
Para trás, Sines, a mais industrializada localidade do
Alentejo, com o seu Porto de abrigo a romper as águas até bem longe da costa e
a gigantesca central termo-eléctrica de S. Torpes a descaracterizar a paisagem.
O dourado da areia, mistura-se com a escuridão da fuligem libertada pelos
muitos navios que ali passam e pelos fluidos escoados pela Central. Metros à
frente, e se não olharmos o retrovisor, o cenário volta a ser edílico.
Para lá da lenda, e da crua realidade, ali começa a estrada
alcatroada que, sobre dunas e falésias conduz até Porto Covo. A vista é única.
O recorte da costa deixa mostrar as inúmeras baías de onde sobressaem as praias
de Morgavel, da Oliveirinha, e as arribas da Samouqueira. Apetece mergulhar.
Fonte:Texto Pedro Cativelos
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